Foi notícia em dezembro passado que dois dos maiores hospitais particulares de Brasília estão com as portas das maternidades fechadas para novas pacientes por falta de profissionais.
O assunto não é novidade para a Federação dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Sul. A cada dia, temos visto mais e mais funcionários de hospitais abandonando sua profissão.
Em Passo Fundo, uma pesquisa, realizada pela UPF em convênio com o Sindisaúde local, apontou que 54% das homologações realizadas em 2011 trataram de demissões. Também revelou que boa parcela dos trabalhadores está desistindo da saúde e migrando para outras áreas profissionais.
Muito tem se noticiado que faltam médicos no Brasil. A realidade é que falta pessoal para toda a área de assistência hospitalar, que tem contato direto com o paciente.
As vagas não são preenchidas por falta de candidatos. A causa? Os baixos salários, a jornada de trabalho excessiva, plantões em finais de semana e feriados e porque os profissionais têm uma atividade penosa, estressante e com alto risco de contaminação.
Com ganhos próximos ao piso mínimo regional, eles aproveitam o atual cenário, em que o Estado lidera em criação de vagas, segundo dados do Ministério do Trabalho, e migram para setores melhor remunerados, como a construção civil, o comércio e a indústria de bens de consumo, para dar um salto de qualidade de vida.
Segundo projeções da Federasul, o PIB gaúcho deve crescer 4,5% em 2013 e com os R$ 2,4 bilhões para investimentos apontados no Orçamento, o Rio Grande do Sul poderá continuar a figurar no topo da lista de oferta de vagas.
A Feessers aposta numa mudança de cenário para os profissionais da saúde e que se reverta a situação de um iminente apagão no setor.
O Estado terá R$ 2,3 milhões para a saúde e a expectativa com esses investimentos é de que os hospitais consigam fixar seus trabalhadores, repondo as vagas abertas e reduzindo a rotatividade no setor. Criar a possibilidade de aperfeiçoamento profissional e afastar o perigo de erros porque fixa trabalhadores com experiência.
No setor público, não é diferente. Investe-se em obras faraônicas e multiplicam-se postos de atendimento. Em pessoal, nada. Nem União, nem Estados, nem municípios.
É urgente uma avaliação rigorosa sobre a questão ou ficaremos cada vez mais reféns de uma possível crise de falta de pessoal num dos setores mais essenciais da sociedade gaúcha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário